Canil Anamaste

Sobre a raça

Há uma lenda que define o Shih Tzu como sendo o símbolo do amor impossível entre uma princesa chinesa e um mongol (povo predominante no Tibet)

Segundo essa lenda, diante da impossibilidade de realizarem o casamento, o casal resolveu cruzar um legítimo representante da China (o Pequinês) com um de Lhasa (capital do Tibet), este seria o Lhasa Apso. Da união das raças surgiu o Shih Tzu, simbolizando tudo o que há de melhor nas duas culturas e o amor entre os dois povos.

A origem precisa do Shih Tzu é bastante longínqua e se perde em meio a lendas. O nome da raça provém do mandarim, dialeto chinês bastante antigo, e significa ‘cão leão’. Acredita-se que os primeiros exemplares da raça tenham sido presentes do Dalai Lama Tibetano ao imperador da China por volta de 1640. No entanto não se tem certeza, realmente, de quais raças contribuíram para seu desenvolvimento em solo chinês uma vez que eram criados praticamente isolados no palácio real.

A existência da raça, como se tem hoje, é atribuída à imperatriz Tsu Hsi, que os criava em um enorme pavilhão de marmore. A despeito de todo cuidado dispensado à sua criação, os eunucos da imperatriz secretamente cruzavam as raças entre si para conseguir exemplares mais baixos e com marcações melhores. Depois da morte de Tsu Hsi, a raça atravessou as muralhas do castelo e chegou até o povo chinês. Pouco depois, o Shih Tzu quase desapareceria durante a revolução comunista chinesa.

Acredita-se que logo após, em meados de 1920, os primeiros Shih Tzu desembarcariam na Inglaterra (ainda erroneamente chamados de Tibetan Lion Dogs) pelas mãos de Lady Brownrigg, esposa de importante general britânico do Comando do Norte da China. Foi só em 1934 que, oficialmente, os cães da raça foram chamados de Shih Tzu no Ocidente. No ano seguinte, nascia o Shih Tzu Club, até hoje principal entidade da raça no sistema FCI e órgão responsável pelo padrão adotado. A raça só foi oficialmente aceita pela FCI em 1957.

A entrada dos Shih Tzu nos EUA, por outro lado, só se deu na década de 40 do século XX. Predomina a idéia que os exemplares teriam sido levados da Inglaterra e de alguns outros países por militares que retornavam das batalhas da Segunda Guerra Mundial. A raça só foi aceita pelo American Kennel Club, definitivamente, em 1969. O American Shih Tzu Club, no entanto, já estava funcionando desde 1963 e assim permanece até hoje.
 
No Brasil, com atraso histórico de 20 anos, os primeiros Shih Tzu só aterrissaram em 1972, pelas mãos do Cinófilo Murilo Leite. Tempos depois, chegariam os primeiros exemplares de Nina Schneider, do canil Bangor. Outros nomes importantes para a raça, nessa época, foram Lati Lessa e Beatriz Mahlmann.
 
Hoje em dia, o Shih Tzu sofre com o “boom” da popularização. O canil Anamastê, contudo, procura desenvolver suas atividades respeitando todo histórico da raça e dos extraordinários criadores que tantas horas dedicaram ao seu desenvolvimento.

Padrão da Raça

CARACTERÍSTICAS
Tamanho: pequeno
Área de criação: pequena
Agressividade: Baixa
Atividade Física: Moderada
Longevidade: 13 a 14 anos.
Temperamento: dócil, amoroso, leal, alegre e disposto.
De acordo com a FCI (Fédération Cynologique Internationale), Confederação Brasileira de Cinofilia, a raça faz parte do Grupo 9 (cães de companhia). Veja o padrão oficial da raça:

CLASSIFICAÇÃO

Grupo 9 – Cães de Companhia
Seção 5 – Raças Tibetanas
Padrão FCI nº 208 – 20 de abril de 1998.
País de origem: Tibet
País Patrono: Grã-Bretanha
Nome no país de origem: Shih Tzu
Utilização: Companhia. Sem prova de trabalho.
Aparência Geral: robusto, pelagem abundante com um distinto porte arrogante e uma cabeça parecendo um crisântemo.
Comportamento/Temperamento: inteligente, ativoe alerta. Carinhoso e independente.
Cabeça: larga, redonda, larga entre os olhos. Despenteado (revolto) com pêlos caindo bem sobre os olhos. Boa barba e bigodes, pêlos crescendo acima da trufa dando um distinto efeito de um crisântemo.

REGIÃO CRANIANA

Stop: definido.

REGIÃO FACIAL

Trufa: preta, porém marron escuro em cães de cor fígado ou com manchas fígado. A parte superior da trufa deve estar em linha ou ligeiramente abaixo da palpébra inferior. Trufa direcionada para baixo é altamente indesejável. Narinas bem abertas. Narinas fechadas são altamente indesejáveis.
Focinho: bem largo, quadrado, curto, sem rugas, plano e peludo. Comprimento de aproximadamente 2,5 cm da ponta ao stop. Cana nasal reta ou ligeiramente inclinada na ponta. Pigmentação do focinho o mais homogênea possível.
Lábios: nivelados.
Maxilares / Dentes: largos, ligeiro prognatismo inferior ou nivelados.
Olhos: grandes, escuros, redondos, inseridos bem separados, mas não proeminentes. Expressão calorosa. Em cães fígado ou com manchas fígado, olhos mais claros são permitidos. O branco dos olhos não deve ser visível.
Orelhas: grandes, de bom comprimento, portadas pendentes. Inseridas ligeiramente abaixo da linha superior do crânio com uma pelagem tão abundante que parecem unidas ao pêlo do pescoço.
Pescoço: bem proporcionado, agradavelmente arqueado. De comprimento suficientemente longo para portar a cabeça orgulhosamente.
Tronco: mais longo entre a cernelha e a raiz da cauda do que sua altura na cernelha.
Dorso: nivelado.
Lombo: forte e bem acoplado.
Peito: largo e profundo.
Cauda: bem guarnecida de pêlos, portada alegremente sobre o dorso. Inserida alta. Sua altura é aproximadamente em nível com a do crânio, dando um contorno equilibrado.

MEMBROS

Anteriores: pernas curtas e musculosas com boa ossatura, tão retos quanto possível, de acordo com um peito largo e bem descido.
Ombros: firmes, bem colocados para trás.
Posterior: pernas curtas e musculosas com boa ossatura. Retas, quando vistas por trás. As pernas parecem volumosas devido a riqueza de pêlos.
Coxas: bem redondas e musculosas.
Patas: redondas, firmes, com boas almofadas, parecendo grandes por causa da abundante pelagem.
Movimentação: arrogante, leve e fluente, as pernas anteriores com bom alcançe, forte propulsão dos posteriores e mostrando inteiramente as almofadas plantares.

PELAGEM

Pêlos: longos, densos, não encaracolados, com bom subpêlo. Ligeira ondulação é permitida. É fortemente recomendado que os pêlos da cabeça sejam amarrados.
Cor: todas as cores são permitidas; uma listra branca na testa e branco na ponta da cauda são altamente desejados nos particolores.

TAMANHO/PESO

Altura na cernelha: não mais que 26,7 cm.
Tipo e características da raça são de extrema importância e em hipótese nenhuma devem ser sacrificados somente pelo tamanho.

Peso: 4,5 a 8,1 kg. – Ideal: 4,5 a 7,3 kg.
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deve ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.

NOTAS:

os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos e acomodados na bolsa escrotal.
todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.